Via Algarviana recebe prova de ultra trail com distância
mais longa em Portugal Algarviana Ultra Trail (ALUT) são 300km pelo interior
algarvio, a percorrer por 60 atletas de 6 nacionalidades. Os atletas
atravessam em 72 horas os pontos mais altos do Algarve.
A Algarviana Ultra Trail, a “prova que vai pôr o Algarve à
prova”, tem início a 30 de novembro, em Alcoutim junto ao Rio Guadiana, e
termina a 3 de dezembro junto ao Cabo de São Vicente, em Vila do Bispo. Pelo
caminho de 60 privilegiados atletas estão as serras do Caldeirão, Espinhaço de
Cão e Monchique, com cerca de 13 000 metros de desnível acumulado.
A participação poderá ser individual ou por estafetas até um
máximo de 4 elementos e conta 6 pontos para a qualificação do Ultra Trail do
Mont Blanc.
Atravessa 09 concelhos do Algarve (Alcoutim, Castro Marim,
Tavira, São Bras de Alportel, Loulé, Silves, Monchique, Lagos e Vila do Bispo)
e o percurso é quase exclusivamente na Via Algarviana, um percurso pedestre de
longa distância classificado como Grande Rota (GR13). A prova decorre sobretudo
em zonas florestais, com o principal objetivo de promover o interior algarvio
como produto turístico alternativo à habitual escolha do destino para praia.
“É um evento desportivo de trail running que vai percorrer a
região de um extremo ao outro dando a conhecer a beleza do seu interior e
decorre na sua quase totalidade na Via Algarviana. A participação no evento está
limitada a um máximo de 60 atletas por uma questão de segurança. Temos especial
cuidado noacompanhamento dos atletas, recomendando que os
participantes tenham já experiência em provas de 100 milhas ou distâncias
similares. É otimista se dissermos que 20 chegam ao fim”, explica Germano Magalhães,
presidenteassembleia geral da associação desportiva Algarve Trail Running
(ATR),principal organizadora do evento.
A Via Algarviana está inserida maioritariamente no interior
algarvio, tem história, natureza e um percurso de excelência para a prática de
várias atividades desportivas. Uma combinação de fatores que atraíram inscritos
de países como – Portugal, Espanha, Brasil, Equador, Uruguai, Escocia. Os portugueses
representam o grosso dos inscritos, com atletas de norte a sul do país e ilhas.
O ALUT é organizado pela ATR – Algarve Trail Running e pela
RTA – Região de Turismo do Algarve, em parceria com a ANA – Aeroportos de
Portugal e Ada –Águas do Algarve, com o apoio da AMAL – Comunidade
Intermunicipal do Algarve e o IPDJ – Instituto Português do Desporto e Juventude.
A equipa da ATR – Algarve Trail Running responsável pela
organização e direção do ALUT é reconhecida pelo organização de outros eventos
de trail running, entre outros, o UTRP – Ultra Trilhos Rocha da Pena e o Trail
Ossonoba.
Sobre a Via Algarviana
Inicia-se em Alcoutim, junto ao Rio Guadiana, e estende-se
até ao Cabo de São Vicente, em Vila do Bispo, passando pelas Serras do
Caldeirão, Espinhaço de Cão e Monchique. Atravessa, por isso, quase todos os Concelhos
do Algarve, desenvolvendo-se sobretudo em zonas florestais passando por aldeias
e montes ricos na cultura e tradições de toda a região algarvia.
A ideia original do seu traçado teve como base os caminhos
de peregrinação de São Vicente, um mártir do início do século IV que sofreu o
martírio em Valência, após ter recusado oferecer sacrifícios aos deuses durante a
perseguição aos cristãos na Ibéria por parte do imperador romano Diocleciano. A
sua morte terá ocorrido no ano 304. Após a conquista árabe o corpo de São
Vicente foi trasladado para o Promontorium Sacrum (Cabo Sagrado como era
chamado pelos romanos) e o cabo ficou a chamar-se Cabo de São Vicente. Desde
então, tornou-se num local de peregrinação durante séculos. Em 1173 D. Afonso Henriques
ordenou que essas relíquias fossem transferidas para Lisboa.
A nau que transportou para Lisboa é hoje representada na sua
bandeira com os corvos que a acompanharam na viagem, sendo São Vicente o
padroeiro de Lisboa. (o texto não está bom, mas acho que podiamos referir este
facto, que São Vicente é o padroeiro de Lisboa representado na sua bandeira
pela nau e os corvos) Noentanto, o carácter místico que o Cabo de São Vicente detém
deste o período Neolítico mantêm-se até hoje.
Foi também no Cabo de São Vicente que D. Henrique, “o
Navegador”, acolhia estudiosos da Europa e do Mundo: cristãos, muçulmanos e
judeus que se interessavam por navegação, mapas e construção de embarcações.
Esse grupo ficou conhecido como Escola de Sagres e foi muito importante no aperfeiçoamento
de instrumentos como o astrolábio e a balestilha e na construção das caravelas.
Seguindo a história, a natureza e a geomorfologia do
Algarve, a Via Algarviana é muito mais do que uma rota pedestre. É um encontro
com as nossas raízes mais profundas na necessidade de superação de obstáculos frente a
um rumo desconhecido.
Poderá saber mais sobre a Via Algarviana em:
www.viaalgarviana.org. Poderá também contribuir para a manutenção desta via,
através de donativo à sua entidade gestora. Para tal, siga as instruções em:
www.viaalgarviana.org.